quarta-feira, 31 de agosto de 2011

ENTREVISTA | Almo e a Conquista do Dadinho

O Dadinho 9x3 está virando regra oficial, reconhecida pela CBFM, em poucos anos, o trabalho de desenvolvimento da modalidade gera frutos impressionantes.
Conversamos com o Gestor da modalidade no Paraná, membro da Comissão Nacional que comanda a regra no Brasil, Almo falou um pouco sobre o atual momento do Dadinho e as perspectivas de futuro, confira:



1- Temos acompanhado a evolução da modalidade dadinho nos últimos anos, o que ainda falta para que ela seja reconhecida como oficial, pela CBFM?

Ela será reconhecida em 2012, ou seja, este é o último esforço que temos que fazer para que os Estaduais em pelo menos 5 Federações sejam disputados e o Campeonato Brasileiro tenha representatividade de pelo menos 5 Estados.

2- Sabemos que sua participação foi muito além das fronteiras paranaenses, como está o dadinho em nível nacional? Quais foram as maiores dificuldades na implantação da modalidade, considerando as diversidades regionais do futmesa?

Faço parte da Comissão Nacional do Dadinho e estou a par de todos os movimentos que estão ocorrendo e que envolvam a modalidade. Quando aceitamos o desafio, realmente tivemos papel fundamental, pois se contavam apenas 3 Estados que jogavam dadinho e a necessidade por determinação da CBFM era de 5 para que se iniciasse o processo de oficialização. Então PR e SC foram determinantes para esta realidade que hoje vislumbramos. Tivemos este ano o 1º Campeonato Pernambucano, a disseminação da modalidade nos Estados de MG e SC, onde somente grupos pequenos jogavam e neste final de semana o 1º Paulista de dadinho. A aproximação com o Farah (Pres. Da CBFM) e a orientação e boa vontade do mesmo, foram fundamentais para driblarmos as dificuldades que surgiram. A principal foi a aceitação dos paulistas. Novas frentes estão pipocando no Espírito Santo, no Maranhão, em Mato Grosso e no Piauí, onde nem a 12 toques se faz presente.

Pessoalmente apesar de uma certa dificuldade inicial, só tenho a agradecer pelo apoio que tive dentro do meu Clube, contando com a ajuda principalmente do Gilberto e do companheirismo do Nilson, que sempre estiveram juntos em tudo que fizemos. Também dos dirigentes tanto da Liga Metropolitana e da Federação Paranaense, que me deram o aval e apoio para oficializarmos nosso movimento.

3- Carinhosamente chamo a modalidade dadinho de “pelada do futmesa” pelo ambiente mais descontraído da disputa, também pela característica dos times não serem necessariamente padronizados, e pela dinâmica e duração das partidas, lembro de ter visto o dadinho sendo apresentado durante várias competições da 12 toques e pude perceber a receptividade positiva dos botonistas. Você acredita que estes elementos são realmente facilitadores para que o dadinho se consolide definitivamente?

São fatores que realmente tornam a modalidade atrativa e a regra foi mudando para encampar estas situações. Particularmente me sinto mais leve quando jogo dadinho e sinto menos pressão. Em relação à regra, posso adiantar que teremos de maneira experimental no próximo ano a mudança na saída de bola, ficando com a mesma opção que temos na 12 toques, ou seja 5 botões a frente posicionados e os outros 5 livres.

4- No Paraná, boa parte dos praticantes do dadinho estão se dedicando exclusivamente a esta modalidade, e muitos deles, foram apresentados ao futmesa através do dadinho, podemos dizer que esta modalidade seria um “portão de entrada” para o futmesa, atraindo novos praticantes? O que difere o dadinho das outras modalidades neste sentido?

De certa maneira sim, apesar de que ainda temos alguns que não querem se federar e também não querem se adequar a regras impostas, preferindo o leva-leva. Há o caso de cariocas que jogaram dadinho na infância e que quando retomam, abraçam fortemente a causa. Temos dois novos em Curitiba que já se federaram, estão treinando 2 x por semana no D.Pedro II, um deles entrou para o Bangu e o outro para o Curitibano pois é sócio.

E também o que difere o dadinho além da dinâmica de ataque e contra ataque, é o fato de nivelar a princípio mais um jogador iniciante ou o que não tenha tanta habilidade, com jogadores mais tarimbados e habilidosos, pela dificuldade em marcar gols. Cito como exemplo o futmesa no Clube Curitibano, lá eles tem receio de jogar com o nosso grupo, que é muito experiente e também de jogar com a bolinha, de difícil controle para quem está iniciando. O dadinho não assusta tanto, é a princípio mais fácil de controlar e até pegar o jeito basta você saber arrumar bem o goleiro para não ser goleado.

5- Acreditamos que a diversidade de modalidades e regras, só pode ajudar o futmesa, além de preservar a história e a cultura do esporte, as várias modalidades juntas, além de fortalecerem o futmesa, podem disponibilizar diversas alternativas de prática, conforme o interesse e a expectativa do praticante. Como você percebe está relação entre modalidades? Porque existe tanta resistência por parte dos botonistas, em relação à outras modalidades?

É a tal zona de conforto, se você está estabelecido, não se interessa por novidade ou por variedade. Além de que existe uma idéia mal formada em alguns botonistas de que vai perder a mão se jogar dadinho ou outra modalidade, o que discordo totalmente, pois a bola de jogo é outra e o material de jogo é bem diferente, sendo que o cérebro só tem a ganhar com a diversidade.

6- Em 2012 teremos um Mundial de 12 toques e sectorball no Brasil, de que forma o dadinho pode aproveitar este evento para se fortalecer nacionalmente e quem sabe, internacionalmente?

A princípio temos que nos alegrar pelo fato de que seremos já em 2012, considerados como regra oficial, continuando a nos fortalecer nacionalmente, para depois ganharmos o mundo.

Como mensagem final, gostaria de conclamar a quem tiver interesse em praticar esta modalidade, que o faça, me procurando ou a alguém que esteja envolvido, a adaptação é rápida, apesar de que o material é um pouco mais caro, damos um jeito e mais importante ainda é apresentar o dadinho para iniciantes, pois está comprovado que há mais facilidade e interesse imediato para quem inicia nesta modalidade.

Agradeço ao Almo pela disponibilidade em atender ao Sextabola, sendo botonista praticante do dadinho, só posso agradecer a todos que de alguma forma contribuíram para este sucesso.
 
Gol neles...

9 comentários:

Prólico disse...

Sensacional!!!
Almo, já lhe dei os parabéns pessoalmente por mais esta conquista do Futmesa em que você (juntamente com outros colaboradores como o Gilberto e o Nilson) implantou a modalidade Dadinho no PR e SC. Mas quero deixar aqui registrado que sua luta incansável, sua perseverança e principalmente sua confiança e paciência levantou e consolidou mais uma opção de modalidade no nosso querido esporte.
Você já foi reconhecido e premiado pela nossa Federação com a Comenda Verde por mais esta conquista, que acredito ter, acima de tudo, um valor pessoal incomparável.
Parabéns mais uma vez e sucesso à modalidade Dadinho.
Grande abraço.

Prólico disse...

Luiz, parabéns mais uma vez por esta iniciativa de entrevistar grandes nomes e pessoas importantes envolvidas no crescimento e fortalecimento do nosso querido esporte.
Grande abraço.

Daniel disse...

Grande Almo parabens pela conquista fruto de sua força de vontade e idealismo admiravel. Luiz mais uma bela entrevista parabens pela iniciativa, o futmesa agradece!

SEXTA BOLA disse...

Daniel e Prólico,

Não só uma satisfação com uma obrigação, dar o devido destaque ao trabalho que foi feito com o dadinho, capitaneado pelo Almo no PR e com a participação de muitos outros nos outros estados.
Tive a oportunidade de participar deste processo como atleta e fico muito satisfeito que o objetivo tenha sido alcançado.

Almo, essa mudança na regra vai melhorar ainda mais o jogo, tenho certeza, será um avanço para o padrão competitivo da modalidade.
Quem sabe, nessa linha de raciocínio, daqui uns anos não teremos uma única regra, para a 12 e o dadinho.

Gol neles...

Nelson disse...

Realmente, quando se fala em determinação e acreditar em algo, se fala em Almo/Dadinho.
Isto serve até de lição no nosso dia a dia.
Parabéns mais uma vez ao Almo por ter feito do esporte uma realidade em nosso estado.
Luiz, mais uma bela matéria feita por vc, parabéns...

Ernani disse...

Nem li ainda a matéria por falta de tempo, mas falar do Almo em relação ao dadinho é pouco, é um verdadeiro botonista com B maiúsculo, não esquecendo também de quem colabora com ele, pelo que sei o Gilberto é um dos raros.
Parabéns Almo, que este reconhecimento te traga novas forças e inspirações.
Bola pra frente
Um grande abraço do amigo.

SEXTA BOLA disse...

Nelson e Ernani,

Realmente, a atuação do Almo foi um diferencial, pela persistência e como ele mesmo disse na entrevista, por sair da zona de conforto, buscar uma nova modalidade e envolver-se muito além das 4 linhas foi e é uma atitude louvável, sem deixar de citar outros parceiros que também apoiaram esta causa, Gilberto e Nilson, entre outros, que compraram a briga e ajudar a semear a modalidade para atingir o estágio atual, e neste caso não podemos deixar de citar também nossos co-irmãos, Clube Curitibano e Bangu, que representam nosso Estado nas competições nacionais e na manutenção do dadinho.

Gol neles...

moacir disse...

Boa entrevista, parabéns a ambos.
Quanto ao conteúdo, eu concordo que seria bom as regras da 12 toques e do dadinho se aproximarem, pois o jogo é basicamente o mesmo, apenas com a mudança da bola. Quando criança eu só jogava dadinho, como quase todo mundo aqui no Rio, mas parei de jogar e só voltei a me interessar pelo futmesa quando conheci a bola de feltro, já com quase 40 anos. A teoria do trabalho do cérebro é boa, vou jogar umas partidas de dadinho para ver se muda meu rendimento na 12 toques. O problema é, entretanto, como sempre, a falta de tempo, que já é insuficiente para a prática de uma modalidade, que dirá de duas...
Abraços a todos!
Moacir

SEXTA BOLA disse...

Grande Moacir,

É verdade, o tempo é o grande inimigo do botonista, dentro e fora da mesa...hehe, eu tive uma experiência em 2010 de praticar ambas as modaldiades, assim como outros amigos de Curitiba fizeram, não é tão simples, e olha que o calendário do dadinho em 2010 não foi tão extenso, mas pra jogar é preciso treinar também, é bem complicado se dedicar a várias modalidades, pelo menos no começo, qdo é necessário um emepnho maior.
Quanto a regra, eu comentei pq já havia conversado com o Almo sobre esse lane da saída de bola, era preciso dificultar um pouco mais, e com essa alteração deve deixar o jogo ainda mais tático, e eu aqui mesmo no blog já sugeri que a 12 toques adotasse algumas coisas da regra dodadinho como a movimentação da defesa, então se essas ideias evoluirem, eu realmente não me surpreenderia se chegássemos a um consenso de uma regra para ambas as regras, e nesse caso, até a pastilha poderia entrar nesse pacote.

Sempre bem-vindo Moacir.

Gol neles...