sexta-feira, 11 de março de 2011

ENTREVISTA | Robertinho, esse é o cara...

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Conversamos com a atual bi-campeão brasileiro adulto, o "mitológico Robertinho", sobre as conquistas, a preparação para as competições, o futuro, detalhes sobre os jogos e o futmesa em geral.
Lendo e ouvindo aprende-se muito, com quem conhece o caminho do gol então, uma aula de futmesa.






1- O formato do campeonato brasileiro premia a competência, dificilmente um “aventureiro”      consegue sobreviver por muito tempo, usando as palavras do nosso ex-Presidente, Victor: “ o campeonato premia, nos 3 primeiros dias, a regularidade, e no último dia,  o sangue frio”, é isso mesmo?
R. Exatamente. O campeonato é longo e exige muito do botonista. As primeiras duas fases são primordiais para o sucesso, pois a campanha define quem joga pelo empate nas finais. A terceira fase é uma das mais difíceis e já conta apenas com os melhores jogadores. Muita gente diz que a terceira fase é quando o Brasileiro começa de verdade. O último dia é realmente estressante. Manter-se focado, concentrado e tranqüilo é o único modo de chegar até a final.

2-      Quando do seu título em 2009, conversamos sobre a preparação do atleta para a maratona que é o Brasileiro, em cada um dos 4 dias, um novo torneio começando quase do zero, em poucas horas, um ano todo de preparação é posto a prova, entre os pontos positivos e negativos, se é que existem, de entrar na mesa como “campeão brasileiro”, de que forma vc se condiciona desde a 1ª partida, pensando no título?
R. Penso no título antes do campeonato começar. Planejo meus objetivos, treinamentos e jogadas cinco semanas antes do Brasileiro individual. Aprendi a fazer isso sozinho, com os erros que cometi após ganhar o Brasileiro de 99. Ganhei este Brasileiro muito novo, com 19 anos, e acabei perdendo um pouco a vontade de jogar. Tinha chegado ao ápice, achava que não tinha mais nada a ser realizado dentro do Futebol de Mesa. Fiquei arrogante, parei de treinar, não caprichava para jogar e acabei perdendo muitos jogos e o que é pior, a motivação.
Hoje em dia sou bem diferente, quero jogar bonito e ganhar todos os jogos que disputo e gosto de tratar bem meus adversários, com o devido respeito que todos merecem.

3-      Nas quartas de final, contra o Ednilson, você passou por um momento de dificuldade e iminente eliminação do torneio, a virada no 2º tempo foi histórica, para não dizer ufológica, e o gol na campainha, coroou uma recuperação espetacular. Como foram os 3 minutos de intervalo daquele jogo e como explicar uma mudança tão drástica no panorama de uma partida entre gigantes? E ainda, você guarda algum “nitro” para momentos como este, quando as coisas não acontecem como o planejado?
R. Nunca desisto. Sempre acredito em mim e me esforço para conseguir o que quero. Não foi a primeira virada espetacular que consegui e nem será a última, mas posso dizer que foi a mais importante até hoje.
No intervalo do 1° para o 2° tempo, realmente muitas coisas passaram pela minha cabeça. Pode até parecer propaganda, mas é a verdade; usei um método de Treinamento Mental que aprendi para apagar o 1° tempo da mente, e “implantei” o jogo perfeito. Programei mentalmente que iria acertar tudo e iria correr muito durante o final da partida, afinal, seria a última se eu não conseguisse a virada. Minha personalidade muda e minhas expressões também. Sinto-me furioso e transformo a partida numa batalha interna. Isso me deixa mais concentrado e só me permite uma alternativa – VENCER. Era só nisso que eu pensava. Todo o medo de errar e angústias desaparecem e só assim pude empatar o jogo na final de 2009 e vencer o Ednilson em 2010.

4-      Pude perceber, enfrentando alguns dos grandes botonistas do Brasil na atualidade, que existe um “código de ética” entre os TOPs, e que estes fazem questão de difundi-lo. Jogando contra você pude perceber que também é adepto do “código”. A formação do grande campeão passa necessariamente por saber ganhar e saber perder? Até onde vai o fair-play, quando a disputa esquenta e te incomoda muito, durante uma partida, o “anti-jogo”?
R. Dificilmente encontramos uma pessoa que saiba perder. Perder faz parte do jogo, mas não é todo mundo que lida bem com a derrota. Quando jogamos com um adversário forte, tudo pode acontecer. O que acontece também é o reconhecimento que, naquela determinada partida, alguém foi superior a você - SÓ ISSO. Não significa que jogue melhor, ou que um seja melhor do que o outro.
O anti-jogo é uma estratégia, pode funcionar ou não. Embora antigamente tenha perdido muitos jogos por causa da enrolação dos adversários, contra mim isso não funciona mais, pois consigo jogar tanto irritado quanto calmo.

5-      Recentemente, você ofereceu o título brasileiro aos amigos, dizendo que joga por todos. Faz diferença, na prática, jogar uma partida simultaneamente a tantas outras, no ambiente de competição e jogar uma partida onde você sabe que todos os seus amigos (que não estejam jogando, e em alguns casos, até alguns que estejam...hehe) estão assistindo e torcendo por sua vitória, como se fossem eles próprios jogando?
R. Faz muita diferença. É muito bom ter a torcida a nosso favor, essa energia positiva ajuda enquanto esperamos pra fazer a jogada. Tenho muitos amigos no Futebol de mesa e sei que torcem por mim. Não só da liga Metropolitana, mas amigos de SP, do RJ e do Ceará. Quando enfrento um amigo e venço, carrego nas costas o peso de tê-lo eliminado do campeonato. Faço o meu melhor para que a derrota dele não tenha sido em vão.

6-      A cada ano, o Brasileiro torna-se mais difícil, os botonistas de ponta tendem a manter seu jogo qualificado e a cada nova temporada, novos atletas vão fazendo parte do grupo dos “craques”. Cabem mais títulos na prateleira de casa? Robertinho vai para Poços de Caldas em busca de mais um caneco? Ainda existe motivação para que o “homem a ser batido” esteja novamente no topo em 2011?
R. Cabe, sempre cabe. Sou do tipo que gosta de ganhar, não me sinto satisfeito com o vice. Vou pra MG sim, podem ter certeza disso. Farei a minha preparação para o próximo Brasileiro com ainda mais responsabilidade, afinal, 3 títulos consecutivos, nenhum adulto conseguiu ainda. Isso é motivo mais que suficiente para motivar, treinar e caprichar.

7-      A final Parananse, em grande estilo, e o excelente desempenho dos nossos atletas no Brasileiro colocam o Paraná mais uma vez em destaque no cenário nacional. A que se deve este sucesso? Por quanto tempo é possível manter esta hegemonia?
R. O nosso calendário está bem cheio, com muitas competições e etapas durante o ano todo. O nível dos botonistas aumentou bastante e está cada vez mais difícil ver a mesma pessoa no ponto mais alto do pódio. Com a evolução de alguns botonistas no cenário nacional, outros praticantes acabam sendo influenciados e aprimoram seu jogo, o que aumenta o equilíbrio nos torneios. Quanto à hegemonia, depende de todos nós.

8-      Deixo este espaço para suas considerações finais, para uma mensagem pessoal sua, fique a vontade.
R. Eu gostaria de agradecer aos amigos pelo apoio e torcida. Agradecer ao meu pai, mestre e mentor, que sempre me incentiva e dá força.
Não posso esquecer também do Duleba, que preparou uma flanela especial pra mim e com isso mantive o time sempre preparado e voando em campo, diferentemente de outras competições onde fui eliminado em decorrência do time prender na mesa.

Gol neles...

28 comentários:

Ricardinho disse...

Ainda bem q o Duleba se aposentou, depois dessa da flanela, ninguém iria aguentar o cara no DP...

Gol neles...

Dalla Stella disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dalla Stella disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dalla Stella disse...

Parabéns pelas respostas Robertinho.
Vc sabe o quanto sou seu amigo e fã e sempre tento me espelhar no teu jogo, para tentar quem sabe um dia, o meu título brasileiro, que já esteve bem perto....
Quem sabe um dia......

Ahhh.. parabéns ao Ricardinh, pela grande entrevista com nosso grande campeão....

Abração a todos

moacir disse...

A entrevista é ótima, abraço ao amigo Robertinho (e outro ao querido Nílson) e ao Luiz pela qualidade das perguntas e do blog em geral. A matéria anterior era muito interessante também, estamos esperando a prometida sequência das análises.
Abraços,
Moacir Chaves

Paulo Roberto disse...

Enfrentar o Robertinho não é jogar e sim aprender. Apesar da diferença de idade ele sempre me enfrentou com muito respeito e consideração, mas nem por isso deixou de fazer inumeros gols durante nossas partidas. Hoje posso dizer que minha evolução deve-se a botonistas como o Robertinho,Nilson, Dalla Stella, Rogério, Denis e também não poderia deixar de lado nosso amigo Alex Bahr que sempre acredita em seus chutes malucos, e se eles acreditam sempre numa virada porque não fazer isso como um critério de aprendizado.
Obrigado Robertinho pela lembrança de minha colaboração em manter seu time preparado para as competições.
Luiz parabens pela reportagem muito bem elaborada trazendo-nos um pouco mais de conhecimento sobre o nosso esporte e nossas participações no cenário nacional.

Anônimo disse...

Simplismente fantástica a entrevista. Parabéns ao Sexta Bola por mais uma matéria digna de aprendizado.

Abraço a Todos...!!!

Jefferson Ferreira.

Marco Antonio disse...

Entre os melhores jogos que já fiz, alguns contra o Robertinho estão marcados para mim. Ele sempre foi um cara que joga e deixa o adversário jogar, nunca ví uma jogada dele que fosse "diferente", para irritar o adversário.

Claro que quando um cara joga e deixa jogar, como ele, a diferença técnica é que o leva às vitórias.

Amigos, estamos em frente a uma "lenda", assim como seu pai. E eu, pobre mortal, tenho orgulho de estar vivendo ao lado desse grande amigo e botonistas.

Parabéns Robertinho. E parabéns também ao Luiz,pela belíssima entrevista.

-PedrãO [ETERNAMENTECOXA] disse...

Show De Bola em .

Robertinho é fod@ .
Robertinho é o Pelé Do Futebol de Mesa rsrs.

André Leal disse...

O que falar do Monstrinho?!?!?!

O cara é demais, quem já conseguiu enfrentar o Robertinho, ou tentou enfrentá-lo de igual para igual, já deve ter sofrido o revés no placar, parece que a vitória será inevitável e quando vê a mão pesa, vc começa a errar lances que estava acertando e o Robertinho começa a acertar tudo!! O cara não se dá por vencido nunca.

Parabéns Robertinho e Parabéns Luiz, uma entrevista muito bem elaborada, grande trabalho.

Ricardinho disse...

Salve,

Gostaria de agradecer ao "Monstrinho" pela dedicação com q respondeu as perguntas, show de bola. Tbm aproveito pra me desculpar com o mesmo pq essa entrevista estava pronta há algum tempo, mas eu esperei pra ganhar dele primeiro, antes de publicar, pra valorizar a vitória...hauahuahuahua...só zoando...valeu Little Robert.

Moacir, não esquece que qdo estiver próxima a sua vinda, me manda as informações do teu espetáculo pra eu publicar aqui...10%...hehe...

Sir Paulo Roberto, faço minhas as suas palavras...

Agradecemos a todos pela presença, apareeeeeeçam...

Dalla, Marco, André e Pedro, recentemente estava conversando com o Júlio, nosso novo companheiro de treino, e disse pra ele não se incomodar em tomar goleada, que isso é normal, não é pra desanimar, a gente tem o privilégio de treinar e competir com os melhores botonistas do BR, é por isso q depois de um tempo a gente começa a jogar bem, não sei se ele ficou satisfeito com o argumento, mas depois q a gente conhece o futmesa Brasil a fora, dá mais valor as nossas segundas-feiras clássicas...

Gol neles...

Anônimo disse...

Blz Ricardinho pela reportagem.

Começou realmente com o pé direito entrevistando meu ídolo Robertinho.

Quando ele fala que a fisionomia muda não está mentindo, parece que o cara vira lobisomem, hehehe.

Grande abraço meu amigo.

Denis

Anônimo disse...

Ah, antes que eu me esqueça, descobri pq nunca ganhei a pooo do brasileiro.

DULEBITA PREPARA UMA FLANELA P EU !!!!!!!!!!!!!

ABRAÇOS

Denis

Parreira disse...

Muito Bacana!
Joga muito mesmo! mas acima de tudo
um grande PARCEIRO!

Vc merece "Jedai" hehehe
abraçoo

Prólico disse...

Falar do Robertinho é chover no molhado. Todos sabemos da qualidade dele como botonista, que é indiscutível, e sempre um prazer e um aprendizado enorme jogar contra ele. No mesmo patamar encontra-se o Robertinho como pessoa, sempre alegre e companheiro. Como diz o ditado: "Filho de peixe, peixinho é!!!"
Parabéns Robertinho. Estou na torcida para que conquiste o Tri Inédito no Brasileirão.
Parabéns Luiz pela excelente entrevista. Já vai pensando em outro grande atleta para entrevistar, rsrsrs.
Grande abraço a todos.

Daniel disse...

Parabens Luiz pela bela entrevista, parabens Robertinho pelo atleta que é e principalmente pela pessoa que é. Joga demais, infelizmente pelo modelo de nossas competições, muitos como eu tem poucas oportunidades de jogar com ele (nas segundas não costuma muito aparecer no DP). Mas nas poucas vezes que joguei, foi sempre um prazer e uma aula.

-PedrãO [ETERNAMENTECOXA] disse...

Daniel Quando Tiver Tempo Gostaria Que Fosse La Buscar a Minha Camisa que Ficou na Loja. Porque Minha mae nao tem Carro ai eu estudo Atarde e não da ai. vc tem carro fica poco mais facio. hehe..

Marco Antonio disse...

Daniel... uma opinião!

So vá buscar a camisa do Pedro a hora que ele aprender a escrever direito!!

Vai ler, Pedrão...

Ricardinho disse...

É, tbm acho, das 7 às 13hs não dá tempo pra fazer nada mesmo...até pq o Pollo é lá no Alto da XV, longe bagarái...

Gol neles...

Anônimo disse...

Marco eu acho que não vai ser "facio" ele aprender a escrever não.

Talvez, se ele tiver mais "prezenssa" na aula de portugues ou comprar um dicionário, melhore.

Abraços.


Denis

Robertinho disse...

Agradeço muitíssimo pelos elogios. Obrigado ao Luiz pela oportunidade e aos cometários dos amigos que me emocionaram. Fico muito feliz em jogar com todos vocês. Fico ainda mais incentivado para os próximos campeonatos.
Abraços a todos.

Alex Bahr disse...

Jogar contra o Robertinho é sempre um clássico e preciso sempre ter tem que jogar muito, mas muito mesmo para tentar ganhar.. :)
Grande Amigo e Campeão..Parabéns pela matéria.
Abraços
Alex Bahr

Nilson Rodrigues disse...

Feliz, muito feliz! Assim foi como vocês me deixaram. E também emocionado. Feliz também foi a idéia de comprar a mesa Brianezzi, em meados dos anos 80, lá em Guarapuava, e ensinar meus filhos a jogar botão, o jogo que sempre me fascinou quando adolescente. Quem pratica um esporte onde os adversários são sempre amigos, independente de vitória ou derrota, só pode ser feliz. Feliz por ser o pai do Robertinho.
Feliz por termos amigos como vocês.

Daniel disse...

Pedro, vc que não trabalha, e tem todos os dias o periodo da manhã livre e ainda por cima está perto da linha de ônibus que para do lado do Pólo poderia sem problema algum buscar sua camisa qualquer dia desses. Vai fazer até bem para voce inclusive, vc é novo mas essa de dormir as 4 da madrugada todo dia e acordar na hora do almoço vai acabar com vc. Pense nisso e VAI BUSCAR SUA CAMISETA LÁ PIÁ DO CACETE!!!

Ricardinho disse...

Hehehe...

R. Dr. Pedrosa - Centro
Curitiba - PR
1. Siga na direção nordeste na R. Dr. Pedrosa em direção à R. Lamenha Lins 260 m
2. Continue para Praça Rui Barbosa 220 m
3. Continue para R. André de Barros
1,0 km
4. Continue para R. Nilo Cairo
700 m
5. Continue para Av. Sen. Souza Naves 400 m
6. Vire à esquerda na Av. Visc. de Guarapuava 350 m
7. Vire à esquerda na R. Schiller 400 m
8. Curva suave à direita para permanecer na R. Schiller 190 m
9. Vire à direita na R. Prof. Brandão

3,5km, se for a 3km/h (devagar pra kct - menos de 1 metro por segundo), vai demorar 70 minutos...se cansar pega o bonde pra voltar...Jd. Social/Batel, pega na frente do Pollo e desce a 1 quadra de casa...

http://maps.google.com.br/maps?hl=pt-br&tab=wl

Gol neles...

Drico Botões disse...

Parabéns pela entrevista com o Robertinho,
Meu amigo estou indo para meu primeiro campeonato brasileiro quem e meu segundo adversário. Robertinho cara foi uma aula que tive na mesa, Robertinho parabéns cara continue assim

Anônimo disse...

Tem essa "FlaneLEBA" pra vender? Faz mais aí Sr. Paulo Roberto!
Grande abraço,
Ferreirinha.

SEXTA BOLA disse...

Ferrer,
Para com isso senão ninguém aguenta o cara...

Gol neles...