sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Ora, bolas...

Nos últimos meses, as mesas do D. Pedro II em Curitiba se transformaram em verdadeiros laboratórios de futmesa, contando com a colaboração dos atletas do Sextabola e de muitos outros atletas da Liga Metropolitana, tivemos a oportunidade de testar quase todos os modelos de bolas para a regra 12 toques disponíveis no mercado atualmente.
Primeiramente, gostaria de dizer que o nosso compromisso durante este “projeto” foi única e exclusivamente direcionado ao futmesa, além de não termos nenhum tipo de vínculo – exceto o de amizade - com nenhum dos envolvidos nas questões mercadológicas que permeiam a discussão sobre a nova bola da 12 toques, acreditamos que este passo será de fundamental importância para o futuro do nosso esporte, algo que está infinitamente à frente de qualquer quesito ligado a “quem e quanto vai ganhar” vendendo as bolinhas, portanto, nossos comentários aqui serão meramente técnicos, e representam a opinião de botonista.
Feltro, produzida pelo Waldomiro – não tive a oportunidade de estar presente no Brasileiro de Goiânia, mas depois de ouvir os comentários quase unânimes dos presentes sobre a qualidade da bola do campeonato, tive a chance de testá-las na mesa, algumas semanas após o BR2013, nós de Curitiba jogamos uma etapa do Estadual com as mesmas bolinhas e realmente, foram muito bem confeccionadas, rolando bem, entortando muito pouco e com a tradicional segurança do chute que o feltro sempre teve, infelizmente, a alegria durou pouco, na etapa seguinte as bolinhas já estavam ‘imprestáveis”, e eu diria que suportaram bem uma sequencia de aproximadamente 50 partidas, incluindo as do Brasileiro.
EVA, comercializadas pelo Pexe – a primeira impressão foi das melhores, depois de meses sofrendo com bolinhas que pareciam ter vontade própria e que não transmitiam nenhuma segurança para jogadas mais ousadas e elaboradas, as bolas de EVA foram um sucesso, toques perfeitos, não corriam nem muito nem pouco, na medida, e as dificuldades de finalização acabaram caindo na conta do “período de adaptação”. Verdade seja dita, jogamos a Copa Rock inteira com estas bolas e ao longo do torneio, todos foram se adaptando ao EVA e a média de gols foi aumentando. Importante destacar que as bolinhas de EVA parecem possuir uma característica especial, elas vão melhorando com o tempo, e posso confirmar isso pois recebemos num intervalo de um mês, duas remeças de bolinhas do mesmo “fabricante”, interessante que jogamos outra etapa do Estadual com essa 2ª remessa e quando nós todos já esperávamos tirar uma certa vantagem em relação àqueles que nunca tinham jogado com a EVA, nos surpreendemos com um equilíbrio absurdo, ninguém que já havia jogado 20 ou 30 partidas com essas bolas conseguiu se destacar mesmo contra botonistas que estavam usando-as pela primeira vez, minha explicação é que essa “transformação” do EVA foi acontecendo ao longo das semanas e quando voltamos a jogar com bolinhas iguais, mas ainda novas, passamos as mesmas dificuldades que quando jogamos com o EVA pela primeira vez. A bola tende a rolar cada vez mais mas, infelizmente o chute acaba sendo excessivamente inconstante, ao ponto de não se ter confiança pra chutar quase que de nenhum lugar da mesa.
EVA, fabricadas pelo Waldomiro – aparentemente as bolinhas fabricadas pelo Waldomiro mantém as mesmas características das comercializadas pelo Pexe, com um diferencial, me parecem ser melhores, ainda que algumas delas tenham apresentado certas irregularidades no formato, a maioria delas rolava bem, com uma inconstância menor em relação aos chutes.
MF400 do Antonio Carlos Ribeiro  – fisicamente, muito parecidas com as de feltro, inclusive no comportamento sobre a mesa, costumam “tombar” antes de pararem, nada que prejudique drasticamente a execução das jogadas, rolam menos, mas depois de um certo tempo é possível dominá-las com facilidade, negativamente destaco que essas bolas aparentam ter vida útil muito curta, depois de uma sequencia de jogos já se torna perceptível seu desgaste e este afeta o desempenho da bola durante as partidas. O grande diferencial deste modelo é sem dúvida o peso, muito acima do que estávamos acostumados e também se comparadas com os outros modelos, ainda assim, com um botão de grau 20 foi possível encobrir o goleiro chutando de frente, já dentro da área, então esse peso é relativo, não chega a atrapalhar, mas requer uma adaptação.
MF200 do Antonio Carlos Ribeiro – praticamente idênticas a MF400 com uma única e relevante diferença: são mais leves, muito fáceis de dominar, chute preciso, toque de bola objetivo, na minha ótica, a melhor bola de todas até agora, fica apenas o mesmo “porém” da sua irmã MF400, sua durabilidade, pelo menos para nós, ainda é uma incógnita.
Se eu tivesse a responsabilidade de decidir, pediria que todos testassem a MF200, e que essa bola fosse testada à exaustão, para que pudéssemos saber quantas partidas esse modelo de bola suporta mantendo suas características originais.
E como eu digo desde 2009: “quando tivermos uma bola perfeita, teremos que mudar o jogo, porque ninguém vai errar”, esse tempo está chegando...

Gol neles...