Nos últimos meses, as mesas do D.
Pedro II em Curitiba se transformaram em verdadeiros laboratórios de futmesa,
contando com a colaboração dos atletas do Sextabola e de muitos outros atletas
da Liga Metropolitana, tivemos a oportunidade de testar quase todos os modelos
de bolas para a regra 12 toques disponíveis no mercado atualmente.
Primeiramente, gostaria de dizer
que o nosso compromisso durante este “projeto” foi única e exclusivamente
direcionado ao futmesa, além de não termos nenhum tipo de vínculo – exceto o de
amizade - com nenhum dos envolvidos nas questões mercadológicas que permeiam a
discussão sobre a nova bola da 12 toques, acreditamos que este passo será de
fundamental importância para o futuro do nosso esporte, algo que está
infinitamente à frente de qualquer quesito ligado a “quem e quanto vai ganhar”
vendendo as bolinhas, portanto, nossos comentários aqui serão meramente
técnicos, e representam a opinião de botonista.
Feltro, produzida pelo Waldomiro – não tive a oportunidade de estar
presente no Brasileiro de Goiânia, mas depois de ouvir os comentários quase
unânimes dos presentes sobre a qualidade da bola do campeonato, tive a chance
de testá-las na mesa, algumas semanas após o BR2013, nós de Curitiba jogamos
uma etapa do Estadual com as mesmas bolinhas e realmente, foram muito bem
confeccionadas, rolando bem, entortando muito pouco e com a tradicional
segurança do chute que o feltro sempre teve, infelizmente, a alegria durou
pouco, na etapa seguinte as bolinhas já estavam ‘imprestáveis”, e eu diria que
suportaram bem uma sequencia de aproximadamente 50 partidas, incluindo as do
Brasileiro.
EVA, comercializadas pelo Pexe – a primeira impressão foi das
melhores, depois de meses sofrendo com bolinhas que pareciam ter vontade
própria e que não transmitiam nenhuma segurança para jogadas mais ousadas e
elaboradas, as bolas de EVA foram um sucesso, toques perfeitos, não corriam nem
muito nem pouco, na medida, e as dificuldades de finalização acabaram caindo na
conta do “período de adaptação”. Verdade seja dita, jogamos a Copa Rock inteira
com estas bolas e ao longo do torneio, todos foram se adaptando ao EVA e a
média de gols foi aumentando. Importante destacar que as bolinhas de EVA
parecem possuir uma característica especial, elas vão melhorando com o tempo, e
posso confirmar isso pois recebemos num intervalo de um mês, duas remeças de
bolinhas do mesmo “fabricante”, interessante que jogamos outra etapa do
Estadual com essa 2ª remessa e quando nós todos já esperávamos tirar uma certa
vantagem em relação àqueles que nunca tinham jogado com a EVA, nos surpreendemos
com um equilíbrio absurdo, ninguém que já havia jogado 20 ou 30 partidas com
essas bolas conseguiu se destacar mesmo contra botonistas que estavam usando-as
pela primeira vez, minha explicação é que essa “transformação” do EVA foi
acontecendo ao longo das semanas e quando voltamos a jogar com bolinhas iguais,
mas ainda novas, passamos as mesmas dificuldades que quando jogamos com o EVA
pela primeira vez. A bola tende a rolar cada vez mais mas, infelizmente o chute
acaba sendo excessivamente inconstante, ao ponto de não se ter confiança pra
chutar quase que de nenhum lugar da mesa.
EVA, fabricadas pelo Waldomiro – aparentemente as bolinhas
fabricadas pelo Waldomiro mantém as mesmas características das comercializadas
pelo Pexe, com um diferencial, me parecem ser melhores, ainda que algumas delas
tenham apresentado certas irregularidades no formato, a maioria delas rolava
bem, com uma inconstância menor em relação aos chutes.
MF400 do Antonio Carlos Ribeiro – fisicamente, muito parecidas com as de
feltro, inclusive no comportamento sobre a mesa, costumam “tombar” antes de
pararem, nada que prejudique drasticamente a execução das jogadas, rolam menos,
mas depois de um certo tempo é possível dominá-las com facilidade,
negativamente destaco que essas bolas aparentam ter vida útil muito curta,
depois de uma sequencia de jogos já se torna perceptível seu desgaste e este
afeta o desempenho da bola durante as partidas. O grande diferencial deste modelo
é sem dúvida o peso, muito acima do que estávamos acostumados e também se
comparadas com os outros modelos, ainda assim, com um botão de grau 20 foi
possível encobrir o goleiro chutando de frente, já dentro da área, então esse
peso é relativo, não chega a atrapalhar, mas requer uma adaptação.
MF200 do Antonio Carlos Ribeiro – praticamente idênticas a MF400
com uma única e relevante diferença: são mais leves, muito fáceis de dominar,
chute preciso, toque de bola objetivo, na minha ótica, a melhor bola de todas
até agora, fica apenas o mesmo “porém” da sua irmã MF400, sua durabilidade, pelo menos para nós, ainda é uma incógnita.
Se eu tivesse a responsabilidade
de decidir, pediria que todos testassem a MF200, e que essa bola fosse testada
à exaustão, para que pudéssemos saber quantas partidas esse modelo de bola
suporta mantendo suas características originais.
E como eu digo desde 2009: “quando
tivermos uma bola perfeita, teremos que mudar o jogo, porque ninguém vai errar”,
esse tempo está chegando...
Gol neles...